Trabalho infantil predomina entre negros, indica IBGE

Da Agência Brasil

Por Flávia Villela

A maioria das crianças que trabalha ilegalmente no Brasil é preta ou parda. Divulgada hoje (18), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) revela que 59,5% dos brasileiros com idade entre 5 e 13 anos que trabalhavam em 2007 eram pretos ou pardos.

Elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa mostrou que o número de brasileiros na faixa etária de 5 a 17 anos que trabalhavam diminuiu no ano passado em relação à 2006, mas ainda representava 4,8 milhões de  crianças e adolescentes.

A Constituição Federal proíbe o trabalho para pessoas com menos de 16 anos, a não ser na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.

Entre as quatro divisões etárias estabelecidas na pesquisa, o maior percentual de pretos e pardos foi registrado entre as mais novas. De acordo com o IBGE, 69,6% das crianças com idade entre 5 e 9 anos que trabalhavam em 2007 eram pretas ou pardas. Na faixa de 10 a 13 anos, esse índice era de 65,1%.

As crianças trabalhadoras de 5 a 13 anos somavam cerca de 1,257 milhão no ano passado. A maioria, do sexo masculino, estava empregada na agricultura e tinha renda familiar per capita mensal inferior a um salário mínimo. Entre as mais novas, o rendimento era o menor: R$ 189.

Entre os adolescentes de 14 a 17 anos e que podem trabalhar na condição de aprendiz, os pretos e pardos também predominavam. Entre aqueles de 14 e 15 anos, 67,7% eram classificados como tal, assim como 55,4% dos ocupados com 16 e 17 anos.

Aumenta distância entre brancos e negros no acesso à educação

Da Agência Brasil

Por Flávia Villela

As desigualdades sociais se agravaram entre brancos e negros na última década. É o que mostra a análise da Sínteses de Índices Sociais, baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007. O estudo foi divulgado hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de freqüência das pessoas de cor preta e parda às instituições de ensino superior não alcançou, em 2007, o patamar que os brancos tinham dez anos antes. A diferença a favor dos brancos, em vez de diminuir, aumentou nesse período: em 1997, era 9,6 pontos percentuais aos 21 anos de idade, enquanto em 2007 esta diferença saltou para 15,8 pontos percentuais.

O pesquisador do IBGE José Luís Petruccelli recordou que, embora o número de pessoas que se consideram negras ou pardas represente quase metade da população, esse índice não se reflete no acesso aos bens e serviços na sociedade brasileira.

Ele acredita que os programas sociais e as políticas de cotas para diminuir as desigualdades raciais não têm surtido efeito. “O dado revela que a desigualdade em termos de apropriação de usufruto de um bem escasso, como é o ensino universitário, está sendo cada vez maior, com vantagens por parte dos brancos sobre os grupos de pretos e pardos”.

Em 1997, um a cada dez brancos (9,6%) tinha nível superior completo. Essa proporção era de um para cada 50 (2,2%) entre os de cor preta e parda. Em 2007, esses percentuais são de 13,4% e 4% respectivamente. “O hiato entre os dois grupos também aumentou, pois era de 7,4 pontos percentuais em 1997 e passou para 9,4 pontos percentuais em 2007”, revelou Petruccelli.

84,5% das crianças que não sabem ler estão na escola

Da Agência Brasil

Por Flávia Villela

O ensino fundamental está praticamente universalizado no Brasil entre as crianças de 7 a 14 anos (97,6% freqüentam a escola), mas a quantidade de matrículas não se traduz em qualidade da educação. É o que revelam dados da Síntese de Indicadores Sociais 2008, divulgada hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa, baseada em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, mostra que no ano passado 1,3 milhão de crianças de 8 a 14 anos de idade não sabiam ler e escrever (5,4% dessa faixa etária). Desse total, 1,1 milhão (84,5%) freqüentavam estabelecimento de ensino.

O estudo também mostra que 1,7% dos brasileiros que não sabem ler e escrever têm 14 anos (58,1 mil), idade em que já estariam perto de concluir o ensino fundamental. Porém, quase metade dessa grupo (cerca de 29 mil adolescentes) era analfabeta, mesmo freqüentando a escola.

O cruzamento de dados mostra também que os brasileiros de até 17 anos são as mais afetados pela pobreza. As pessoas nesta faixa etária são maioria entre os 30% mais pobres da população (com rendimento mensal de até meio salário mínimo per capita), segundo a Pnad 2007.

De acordo com o IBGE, uma das explicações para essa realidade é que as famílias com rendimentos mais baixos têm mais filhos. Outra hipótese é que muitas mães não podem trabalhar para cuidar das crianças e, assim, não geram renda. A maioria das crianças nessa situação vive nas Regiões Norte e Nordeste.

79,6% dos jovens baianos não cursam universidades

Jornal ATarde Online
Donaldson Gomes

Entre os 644 mil estudantes baianos na faixa etária de 18 a 24 anos, 79,6% estão fora de cursos superiores, apesar de estarem em idade considerada própria para a universidade. Destes, 50% ainda cursam o ensino médio (antigo segundo grau), e 20,9% ainda não terminaram sequer ensino fundamental (até a 8ª série). Os dados constam da Síntese de indicadores sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2008, divulgada ontem, e mostram a Bahia à frente apenas dos Estados de Alagoas (18,2%) e Sergipe (17,7%), com menos da metade da média nacional, que é de 42,8%. A pesquisa mostra ainda que a grande maioria dos jovens, 73,3%, ingressam em cursos superiores através de instituições privadas de ensino e 26,7%, em instituições públicas.

Para a vice-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Iracy Picanço, os números nacionais representam um avanço considerável. A educadora acredita que a colocação da Bahia reflete a realidade. “A Bahia apresenta uma situação desfavorável histórica em relação ao ensino superior”, confirma ela.

O coordenador de disseminação de informações do IBGE na Bahia, Joílson Rodrigues Souza, acredita que a posição do Estado é próxima da realidade do Nordeste, com a diferença de que a Bahia, há até pouco tempo, contava apenas com uma universidade Federal e outras poucas opções de ensino público. “Neste cenário e com uma população de baixo poder aquisitivo para ingressar nas universidades privadas, entende-se o baixo índice de acesso”, comenta o especialista. Em 1996, o índice de estudantes jovens no ensino superior na Bahia era de 8,6%, segundo o IBGE, em um universo de 489 mil pessoas, o que aponta um acréscimo de 11,8% em dez anos. Para Souza, isso demonstra uma tendência de aumento na inclusão de jovens que antes não tinham acesso à universidade. “Enquanto o acesso de brancos dobrou, o número de estudantes negros triplicou nos últimos anos”. Continue lendo